domingo, 5 de junho de 2016

Crônicas do Cotidiano XVI - Sobre Segredos

E lá estavam todas aquelas letras distribuídas harmonicamente no papel meio amassado e com franjas, em cima do vidro – impecável, vale salientar – do criado mudo. Fiz questão de deixar um beijo de batom naquele vidro que parecia nunca ter conhecido qualquer tipo de mancha ou de sujeira...
 
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É leve, é belo e é doce. Também é bruto e encantador.
Quando não vejo mais beleza à minha volta e a vida meio que perde o sentido, basta lembrar do seu abraço apertado e daquele sorriso lindo, do seu brilho nos olhos quando me vê; volto a me sentir especial, importante, única e querida, amada.
É isso: você me faz sentir amada. Muito amada. Mesmo com todos os meus defeitos; você não os julga nem cobra que eu me livre deles, você convive com todos eles e me mostra que também posso aprender a conviver com eles.
Dizem que quando falo de você, meus olhos brilham. Creio que além dos olhos, minha alma também brilhe.
Você não precisa estar ao meu lado para me fazer sentir a pessoa mais especial do mundo. Aliás, distância simplesmente não interfere no meu sentimento.
Foi com você que descobri que palavras nem sempre são necessárias, que abraços e olhares profundos conseguem chegar aos cantinhos mais escondidos do coração, que maior que a distância física, é a emocional. Você que me ensinou que não importa o tempo que dure o silêncio e/ou a ausência física, o sentimento permanece intocado, sagrado, imponente no altar, apenas para ser adorado e cuidado. Foi você que me ensinou a preciosidade de um segredo, de um mundo particular, construído a quatro mãos, que sempre estará ali, com as portas abertas para entrarmos e termos alguns instantes de paz.
Mesmo que me fosse possível, eu não mudaria uma vírgula de quem você é, porque você é perfeita; simplesmente perfeita, com todos os seus defeitos.