domingo, 6 de março de 2016

Crônicas do Cotidiano XIII - Tempo e Vida

            Passam as horas, as pessoas, os dias, as semanas, os meses, os anos, as palavras, as oportunidades, as ideias. O que ontem era silêncio, hoje é explicação. O que hoje é grosseria, amanhã será compreensão. O silêncio que poupa, é o mesmo que exaspera. A omissão que deixa a resposta subentendida, é a mesma que dá asas à imaginação – quase sempre para o lado mau. A boca que “morde”, é a mesma que “assopra”.

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            O tempo. Ah, o tempo... Ele passa, atropela, esmaga, adormece, leva embora sentimentos e lembranças, traz à tona situações e explicações. Ele nunca se ajusta ao nosso tempo. É senhor de si, dono das respostas e das dúvidas, dos punhais e das pétalas. Creio que se o tempo tivesse signo, seria capricorniano.


            No meio desses furacões compostos pela vida em si, servidos em bandejas de ouro pelo tempo e lentamente degustados pelos nossos sentimentos, creio que só nos caiba resiliência e compreensão. O tempo não pára para amarrarmos os cadarços que a vida desamarrou. A vida não tem cuidado com o que irá nos trazer e com o tempo que levará para ferir ou cicatrizar.

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