segunda-feira, 9 de abril de 2018

Crônicas do Cotidiano XXIII - "Observations broken into lines"

A perna chacoalha, o cenho franze, a raiva chega a galope, a adrenalina é descarregada, o coração abre a janela e a decepção dá o ar da graça, sorri, e ao espreguiçar, a tristeza vem em tsunami.
Silêncio.


Tu, tu, tu, tu... A ligação sempre cai. O sinal sempre falha. O fio não alcança. A Torre derrete.


O guarda-roupa espera terminar de ser organizado.


A caneca continua quebrada.


O urso continua rasgado.


O relógio continua andando.


A vida lateja, inflamada e dolorida, tal qual a laceração na derme e epiderme.


O vômito de palavras nem sempre traduz fidedignamente a verborragia eloquente de tantos sentimentos concomitantes.


Os olhos pesam. O cigarro chama. O corpo não obedece. A cabeça é refém do coração. O coração encontra-se pior que rua em final de feira.


A vida não pára.
Nem fodendo. Nem no celibato.
Ela não pára

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