sexta-feira, 22 de abril de 2016

As Borboletas que Nunca Voam do Estômago

Certa vez, em um filme, ela ouviu algo como “os amores impossíveis são aqueles que nunca morrem”, e foi obrigada a concordar. 

Ela a escolheu. E agora?

A escolheu e nunca poderá tê-la ao alcance de suas mãos. 

Todas as relações dela sempre tiveram uma espécie de prazo de validade, aquele encantamento e nervosismo diante do encontro do outro nunca duraram mais de seis meses, e cá está ela - há mais de um ano - sentindo-se como uma adolescente a cada vez que sabe que irá encontrar a dona daqueles olhos verdes que falam tudo o que a boca cala; quando sabe que poderá jogar-se em seus braços, sentir a pele macia de seu rosto, sua respiração, puxar seus cabelos, ser presa e sofrer um ataque feroz de cócegas, morder o queixo dela só para ouvi-la gritar e fazer careta.

Os monstros eram compatíveis. As neuroses também. Os toques se encaixavam perfeitamente (e permanentemente). A compreensão fez-se uma constante. O respeito de tocar com carinho o mundo do outro sempre foi a base dessa relação meio torta e destrambelhada, que sempre as presenteia com pacotes coloridos, perfumados e repletos de bons momentos, de instantes que revigoram a alma e dão sentido até mesmo às dores, afinal, para que o encaixe fosse tão perfeito, as almas foram lapidadas, coisa que compete às adversidades da vida.

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