quarta-feira, 25 de maio de 2016

Crônicas do Cotidiano XV - Sobre confiança e pureza

Sabe aquele alguém com quem você sente segurança suficiente para atravessar um slackline de mãos dadas sem sentir o menor medo?
Aquela pessoa que já te viu nua – no sentido mais amplo da palavra – e não saiu correndo; consegue conviver com seus “outonos” sem se assustar com as feridas nos galhos, sem se amedrontar com seus monstros interiores nem com seus defeitos maiores e mais densos.
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Aquele ser que mesmo longe parece sentir o que se passa dentro do seu coração e quando se encontram, as palavras são totalmente desnecessárias, pois os corpos conversam entre si em perfeita sintonia; respirações descompassadas, cabeças desajustadas, anormalidades compatíveis, medos que entrelaçam as mãos.
Esse alguém é em quem você confiaria, permitiria ser tocada mesmo que toda sua pele fosse removida do corpo, deixando todas as terminações nervosas, veias e músculos expostos, pois você sabe que o toque da pessoa cura, acalma, acalenta, ajeita. Você sabe que é um toque doce, sincero; sem a menor lapidação, porém incapaz de ferir.
É aquele alguém que não saiu correndo quando você tirou a máscara que esconde sua escuridão; um alguém que entrou sem o menor medo, pelo contrário, abriu a porta da escuridão dela e também te mostrou os cantos mais empoeirados e complicados.
É a pessoa com quem você passaria todos os dias da sua vida, sabendo que a admiração, o amor, o respeito e a confiança só aumentariam a cada dia, porque foi esse ser que conheceu – e respeitou – todos os seus pontos fracos e defeitos e mesmo assim permaneceu e permanece ao seu lado, sempre com um sorriso largo e um olhar doce no rosto, sempre de braços abertos a oferecer um colo pintadinho e um abraço apertado.

É uma pessoa que te faz sentir gratidão simplesmente por poder ser exatamente quem você é e te faz sentir especial por ser merecedora de sentimentos tão brutos e puros!

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