quarta-feira, 18 de maio de 2016

Insone

02:50. Silêncio. Ouço apenas o barulho da chuva nas telhas de zinco. Um barulho que não sabe se vai ou se fica.
Mais uma noite conforme o ritual: direita, esquerda, costas. Descubro o ombro e cubro a orelha. Descubro os pés e estico a perna. Milhares de pensamentos fazem uma verdadeira micareta em minha mente, a despeito do horário que – teoricamente – tenho que acordar. Finalmente desisto e pego o celular com a única finalidade de checar quantas horas de sono ainda me restam.
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Vejo as horas, faço as contas e vem a dúvida cruel: Durmo 4h e levanto ou fico sem dormir, mesmo?
Tento fechar os olhos e dormir. Vã tentativa...
Depois de cumprido o ritual de posições, cálculos de horas de sono e inúmeras tentativas de adormecer, me peguei refletindo a respeito da minha insônia.
Há uns anos, minhas insônias eram sempre densas, repletas de pensamentos profundos e obscuros, questionamentos absurdamente retóricos, angustiantes. Hoje, a única angústia que passa as madrugadas comigo é a de saber que tenho aula pela manhã, o que sempre foi uma verdadeira tortura, porque não importa quantas horas de sono eu tenha, antes das 10:00 sou um verdadeiro bichinho.

É muito boa a sensação de ter as rédeas da situação, saber que o problema de passar a noite em claro é exclusivamente meu.


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