02:50. Silêncio. Ouço apenas o
barulho da chuva nas telhas de zinco. Um barulho que não sabe se vai ou se
fica.
Mais uma noite conforme o ritual:
direita, esquerda, costas. Descubro o ombro e cubro a orelha. Descubro os pés e
estico a perna. Milhares de pensamentos fazem uma verdadeira micareta em minha
mente, a despeito do horário que – teoricamente – tenho que acordar. Finalmente
desisto e pego o celular com a única finalidade de checar quantas horas de sono
ainda me restam.
Imagem |
Vejo as horas, faço as contas e vem
a dúvida cruel: Durmo 4h e levanto ou fico sem dormir, mesmo?
Tento fechar os olhos e dormir. Vã
tentativa...
Depois de cumprido o ritual de
posições, cálculos de horas de sono e inúmeras tentativas de adormecer, me
peguei refletindo a respeito da minha insônia.
Há uns anos, minhas insônias eram
sempre densas, repletas de pensamentos profundos e obscuros, questionamentos
absurdamente retóricos, angustiantes. Hoje, a única angústia que passa as
madrugadas comigo é a de saber que tenho aula pela manhã, o que sempre foi uma
verdadeira tortura, porque não importa quantas horas de sono eu tenha, antes
das 10:00 sou um verdadeiro bichinho.
É muito boa a sensação de ter as rédeas
da situação, saber que o problema de passar a noite em claro é exclusivamente
meu.
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