Te sinto correndo por minhas veias, como uma substância
viscosa, pegajosa, nociva.
Sinto escorregar por meus tecidos, invadir minhas
entranhas, confundir minhas sinapses, devorar meus pulmões.
Substância aderente, impede o funcionamento devido do meu
organismo.
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Embaça minha visão, até escorrer por meus olhos em forma de
lágrimas. Corrói meu estômago até sair de mim em vômito. Sufoca minha garganta,
até que eu a expulse num grito.
É como heroína na seringa. A atração fatal da agulha pela
veia saltando, pulsando, sendo perfurada. Você se mistura a mim, entra no meu
sangue, percorre todo o meu corpo, me vicia, me torna tua escrava. Faz de mim o
que bem entende, sem o menor pesar.
Pois hoje, ao descobrir que as minhas veias não são as
únicas a serem perfuradas e invadidas por você, expilo-te de mim em forma de
excremento, de resto, colocando-te em tua posição de inutilidade. Só sabe
viciar, fazer mal, corroer, destruir, manipular.
Limite-se à tua seringa e nunca mais ouses perfurar minhas
veias e me tomar novamente.
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