Nunca
acreditei nesse lance de “ano novo, vida nova”. Não consigo ver sentido nessa
coisa de que um minuto traz consigo mudanças imensas, encerra ciclos, leva
embora pessoas e situações obsoletas, faz com que nasça uma flor de garra no
peito para irmos atrás dos nossos objetivos.
Não é a
virada do ano que faz com que a vida mude, com que a gente cresça, com que os
problemas acabem. Todo ano é a mesma coisa: pessoas depositando toda a
responsabilidade e expectativas no ano novo e maldizendo o ano que finda.
Poucos têm a consciência de que o ano não é um sujeito, não tem
responsabilidades nem desejos; é apenas uma convenção.
Se fossemos
capazes de olhar para os lados ao menos uma vez por dia, conseguiríamos
valorizar as pequenas – grandes – coisas com as quais a vida nos presenteia,
seja uma flor no meio do caminho, o sorriso de uma criança, uma conversa com um
estranho, um cãozinho abanando o rabinho.... Aprenderíamos a sentir gratidão.
Meu 2015 me
fez plantar, cultivar e ver brotar em meu coração a sementinha dessa tal de
gratidão. Me fez valorizar minha vida exatamente como ela é, cheia de altos e
baixos, de curvas estreitas, tempestades, brisas mornas, e acima de tudo, resiliência.
Descobri que posso confiar na mulher que vejo ao olhar meu reflexo no espelho. Aprendi
a conviver com minhas fraquezas e limitações sem que elas me façam sentir
inferior. Aprendi a amar minhas cicatrizes internas e externas. Aprendi a
admirar minha história e ser grata por cada vivência, das menores às maiores,
porque elas me fizeram quem sou hoje. Descobri que estar em constante
aprendizado é fantástico e que não há nó sem solução, mesmo que ela não seja
imediata.
Nesse ano,
descobri que estou me tornando, dia após dia, uma mulher que eu admiraria
enquanto criança...E quero manter essa meta até o final da minha vida. Continuar
perguntando a mim mesma “eu admiraria uma mulher que tomasse tal atitude? ”.
Imagem |
Meu único
desejo para 2016 é amor, muito amor.
Amor próprio, amor de amizade, amor de família, amor de animaizinhos, de
namoro... Amor, porque amando a nós mesmos, conseguimos contornar nossas
fraquezas. Amando aos nossos amigos, conseguimos compreender suas falhas sem
colocarmos a amizade em risco. Amando a nossa família, a convivência fica mais
fácil e leve. Amando nossos animaizinhos – e os dos outros também – nunca nos
sentiremos sozinhos e sempre teremos alguém para amarmos incondicionalmente,
sem medos ou restrições. E amando aquele alguém especial, a vida fica mais
colorida, as borboletas fazem verão no estômago, a pele fica arrepiada e o
sorriso marca presença no rosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário