sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Quero...

- Oi
- Oi, tudo bem?
- Tudo... Fazendo?
- Em casa, vendo tv, e você?
- Aki na frente, na sua porta...

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            Nesse instante, todos os móveis decidem entreporem-se aos meus dedos dos pés, as chaves se escondem e dizem ironicamente “cadêêêê?”, o cerebelo perde o controle da coordenação motora, o coração atropela a sincronia entre sístoles e diástoles. Saliva? O que é? De onde vem? Para que serve? Trocar a roupa e arrumar o cabelo são detalhes ínfimos.
            Nada disso importa! Tudo o que desejo é poder te ver, te chamar pelos apelidinhos escrotinhos, me jogar nos teus braços e te abraçar apertado, te olhar nos olhos, fazer carinho no teu rosto, falar merda pra te ver sorrir e balançar a cabeça pros lados, me chamando de tonta, me segurando firme e fazendo cócegas.
            Quero morar no teu colo, criar raízes ao teu lado, te ver voar alto, abrir essas asas grandes e macias e te ver vivendo toda a magia de ser livre. Quero teus sorrisos e tuas lágrimas, teu sono e tua vigília vendo documentários sobre parasitologia ou paranormalidade às 03:00 da manhã. Quero te surpreender com um almoço chique de macarrão com salsicha, ou uma belíssima caixa de quindins gigantes. Quero ficar ao teu lado vendo tv ou vídeos idiotas na internet, bagunçar teu cabelo e sair correndo das tuas pequenas havaianas 39. Quero ver tua cara de prazer ao conseguir me pegar e prender no teu colo, com a havaianas em mãos, rindo do meu desespero e me chamando de “bundona”. Quero ver teu desespero quando minha cadela decidir te lamber loucamente, subir no teu colo e encher tua roupa de pelos. Quero acordar ao teu lado, te ver cumprir todo o ritual matinal enquanto cochilo e me arrumo em espetaculares 15 minutos.
            Quero poder estar por perto quando teu coração estiver apertado dentro do peito, te ver imersa no aparente silêncio e frieza, mas quero estar ali caso você caia, pra te estender a mão, levantar e colocar no meu colo, poder dizer que vai ficar tudo bem, que você não está só, que eu sempre estarei ali pra te fazer rir de alguma besteira, te irritar, te morder ou simplesmente te ouvir... sem espanto, sem julgamento, sem desdém nem pena; apenas ouvir.

            Enquanto não posso, me entrego de braços abertos à certeza de morar em teu coração e pensamentos, de saber que mesmo longe estou aí dentro da mesma forma que você está aqui dentro. Estou aqui. Mas estou aí. E tenho você aqui também.

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